quarta-feira, 29 de junho de 2011

Chá para um

Sentado a horas
em frente a tela
o chá quente para aquecer os dedos que digitam

Como queria lembrar
agora aquela imagem borrada, mas bem amada
de um dia que o sol batia aos olhos
mas agora tão nebulosa
quase apagada

Pânico, pane na memória
O chá é para um só
Somente e apenas

A luzes apagam
No cobertor tenta encontrá-lo
mas não há nada
Nas roupas tenta senti-lo
mas não há nada

Apenas um delírio
que veio um dia
e agora se desmanchou

O chá esfria
a caneca fica
agora no chão
com o despertador desligado

Um comentário:

Anciã disse...

Nossa... Profundo, solitário, compreensivo, os objetos descritos me transportaram até lá.
ótimo poema como sempre. Beijos