segunda-feira, 27 de maio de 2013

Após uma velhice que nunca vivi

É plena segunda-feira
Cá estou eu, após o trabalho as 22hrs com a taça de vinho ao lado da cama.
Vanglorio-me por ser uma garrafa de 22 reais, um luxo para mim.
Está começando a esfriar, e é o vento gelado que sinto quando retorno para casa todos os dias.
Sei que tu não estarás mais nas minhas cobertas,
Ou na caixa de mensagens.
Se soubesse o que tenho tramado, embora seja muito mais uma prática, de uma ideia longínqua, quase abandonada.
Não me importa mais a natureza das ideias, ou as suas idades.
Não me importa mais a natureza do discurso, das desculpas ensaiadas, nem a natureza das palavras.
Que em breve mudaram radicalmente.

Com a batida do rock anos 80 ao fundo, eu me sinto como que se fosse jovem de novo, jovem após uma velhice que nunca vivi.

terça-feira, 26 de março de 2013

Nós não precisamos discutir mais


No último abraço senti a lâmina afiada em seu peito,
Agora era tarde.
Não precisamos discutir mais,
Olhavas para mim com seus olhos surpresos,
De quem não acredita.
Mas ali estava a faca estancando o coração amargo.
Desamparado.
Me afastei de você, enquanto via gelar o corpo que antes me aquecia.
Agora era certeza, não vamos discutir mais.



Pequena a música na consciência.
Will I forget in time.
You said I was on your mind.
There's no need to argue
No need to argue anymore
There's no need to argue anymore. Special”

domingo, 24 de março de 2013


Eu quero te colocar em baixo de uma pedra
Pra não mais ouvir.
Silenciar essa jornada.
Ah se eu pudesse.
Te colocar pra fora, pra madrugada chuvosa.
Te jogar fora.

terça-feira, 19 de março de 2013


Talvez estivesse seca,
Como as folhas no outono.

Por que não deságua em lagrimas a angustia que aperta o peito?
Por que não se desfaz a amargura?
O café está tão pesado, não há mais como adoçar, como disfarçar o temperamento. 

Em letras e palavras.
Nos parágrafos o sentido começa a aparecer, a imagem a se desenhar, o texto a se formar, o mal estar a desabar.
Que dosagem estranha é essa?

domingo, 10 de março de 2013

Todas as coisas nas quais eu acreditava estão quebradas no chão
bem agora, em frente aos meus pés.
Não tenho certeza do que vou fazer acerca disso...
Apenas passar por cima.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


















Era outra manhã chuvosa, eu já devia ter pressentido;
Que os dias que começam cinzentos acabam por igual.
A estrada fica pesada e não se sabe o porquê;
Olhamos para o lado tentando ver o ensolarado,
Mas só se vê é que está tudo ensopado.
Pela tempestade encapsulada de lágrimas disfarçadas.
Não adiantam as palavras,
é preciso compreender a mesma linguagem milenar das
gestualidades venusianas.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Em um domingo


Parece que as vezes é preciso ferir a si mesmo,
Para que o veneno que está dentro de nós saia.
Dói, mas depois que ele escorre, ficamos limpos de novo.
Curada para tentar outra vez.