terça-feira, 15 de novembro de 2011

Se meu relógio pudesse me dizer boa noite

Se meu relógio pudesse me dizer boa noite
muita coisa eu não lembraria.

Talvez em alguma esfera da vida
eu até sentiria
mas não se sabe ao certo
o que a memória faria.

Por muitas horas
eu apagaria;
Olharia para fora e só veria cinza.
Que frustração é a ausência,
Mas é a única fotografia dos corações partidos.

domingo, 11 de setembro de 2011

Setembro denovo
aquele momento,
mas era apenas para lembrar

só quero é ver
e denovo,
vai estar tudo novo
cada palavra
cada toque.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Monólogos do Amanhecer

Dormi por um dia.
Há aqueles que dormem por meses;
e aqueles que dormem uma vida inteira.
Eu não sei aonde vou encontrar meu lar;
Faltam pedaços em minha memória,
E pode ser em qualquer lugar;

O inverno continua sendo a espera.

"At the final moment, I cried
I always cry at endings
(...)Oh, that wasn't what I meant to say at all
From where I'm sitting, rain
Washing against the lonely tenement
Has set my mind to wander
Into the windows of my lovers
They never know unless I write
"This is no declaration, I just thought I'd let you know goodbye"
Said the hero in the story
"It is mightier than swords
I could kill you sure
But I could only make you cry with these words"
(Belle and Sebastian)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Chá para um

Sentado a horas
em frente a tela
o chá quente para aquecer os dedos que digitam

Como queria lembrar
agora aquela imagem borrada, mas bem amada
de um dia que o sol batia aos olhos
mas agora tão nebulosa
quase apagada

Pânico, pane na memória
O chá é para um só
Somente e apenas

A luzes apagam
No cobertor tenta encontrá-lo
mas não há nada
Nas roupas tenta senti-lo
mas não há nada

Apenas um delírio
que veio um dia
e agora se desmanchou

O chá esfria
a caneca fica
agora no chão
com o despertador desligado

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Mas Vênus nem vai lembrar

É o meu Sol quem vai chorar
Se você nunca mais voltar.
A Lua ainda vai brilhar
e Mercurio muito animar

Vênus nem vai lembrar
mas o meu Sol, nunca vai passar.
E não importa o que seja feito
para sempre na velha caixa vai estar;
e nao poderá voltar
e mesmo que se queira
também nunca irá.

Mas Vênus nem vai lembrar
e Lua vai sonhar;

Agora as palavras quentes são outras
e o vento frio que bate lá fora
vem cheio de afeto;

E aquele seu perfume
a noite vai ocupar
nas cobertas e nas roupas
você vai ficar.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Carta para Alejandro



Ainda tomo mesmo chá que no último ano.

Estava passando um tempo, próximo a acadêmia, enquanto relembrava, através dos sentidos, a sua velha estadia.

O tempo, ainda muito semelhante, esta úmido, com um sol, que muito fala sobre o outono.

Ao fim do dia o frio está em todo lugar. Não encontro mais as mesmas pessoas no café, tenho freqüentado muitos diferentes agora. Todos andam muito cheios nessa época. E as pessoas mantém seus hábitos, a velha pausa em torno das 16:00 horas, muitos dias me dirijo até lá apenas para observar.

Tenho refletido em torno das práticas sociais, nos anos 60, sobre a nossa reestruturação sistemática
“em escala global”.

“Esquizofrenia é uma experiência de significantes materiais isolados, desconectados, descontínuos que não conseguem se conectar numa seqüência coerente... um significante que perdeu seu significado e foi desse modo, transformado numa imagem.”

Ao ler sobre, lembrei-me muito sobre você e suas idéias. Muitos dos textos estavam em crise.

Amigo, a crise está em todo lugar. Aonde quer que eu vá, fala-se do colapso pós-moderno. Não sei aonde fui parar.

Estamos todos cegos.






Um abraço do Resistente Lietzev




sexta-feira, 6 de maio de 2011

Azul e Vazia

















Eu deveria saber
que nada voltaria
por aquela porta Azul e Vazia.

Até olho pelo caminho,
mas não há nenhuma pétala;
da flor a tanto partida,
nenhum vestígio,
nenhum aviso.


terça-feira, 3 de maio de 2011

Deslize para longe


(slide way)


Sonhei com você,
queria quebrar tudo o que é agora,
Cada dia, como hoje
O sol bate na minha janela e eu não tenho certeza que as coisas estão nessa mesma dimensão.
É apenas o sol,
mas nesse momento, não há que ele possa fazer,
Cartas velhas rasgadas.
Bom dia!

Coisas novas pra dizer.
O vento frio do inverno volta
e aquece tudo o que sou,
Os sorrisos agora são outros,
É só o sol, mas não há nada que ele possa fazer agora
Além de fazer brilhar tudo o que vejo.
É manhã cedo e não sabemos o que fazer.

Apenas deixar ser...


Slide in, baby - together we'll fly
Now that you're mine
We'll find a way of chasing the sun
Let me be the one that shines with you
In the morning
We don't know what to do
Slide away and give it all you've got
Let me be the one that shines with you
And we can slide away
slide way

domingo, 24 de abril de 2011

Sem passado

Agora ela não tem nenhum passado
a estranheza do ontem
nem na face se encontra.

Sem passado agora a garota busca
completar as palavras que antes faltaram
com a matemática na mão e a química da afeição.

Sem passado
Sem traços

Sem espelho
Sem estrofe

No quarto um vazio,
No coração o calafrio
Com a matemática nos olhos, ela pode mudar o olhar do presente

Por realidade a própria hora,

Relógio do tempo preso no guarda roupa
Marcação e fotografia cinza da ilusão agora ela abriu mão.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Violeta













O peso da mão sobre o papel,
Rasga todo o meu véu*,
Por dentro e por fora.

É violeta a cor da flor que observa.
Não se movimenta e nem tenta,
Basta observar atenta.

Se a caneta não me escrever mais,
Eu nem vou sentir
É só mais um dia e um fim.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Desnorteado

Foi naquela manhã que percebi
que o meu norte já não estava ali.

Partiu enquanto eu dormia
bem que ele dizia
que a mim ele não mais queria;

Juntei as pétalas
e as coloquei no lugar
mas os cacos de vidro, eu não pude colar

O sol bateu forte na janela
E eu pude sentir
Que agora já podia ressurgir

Eu vou te encontrar
e vou te dizer
que te querer é me perder

E é a mim que eu prefiro ter!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Marianne

Como uma história antiga,
tão antiga, que já faz parte da própria pedra da verdade.

Com um som oco
e isolado que se repete dia após dia na mesma mente.

Algo tão velho que já é impossivél separar do próprio eu
Abstrato e subjetivo
O Ego tão bem construído;

E eu não saberia mais como dizer, como separar,
descolar um pedaço da própria alma
do próprio corpo, carne e dolorosa verdade.

Aquilo que sempre se diz, mas não se sabe mais.
Pergunta perdida no caminho.
Ignorada.

Apenas uma ideia.
Um ideal fechado, apagado em cada memória.

domingo, 20 de março de 2011

Não há nada para guardar
e os sonhos não tem cor.
Suas coisas estão no mesmo lugar, não há nada pra achar

Em algum momento
e não há mais nada para ser escrito

Tudo está quieto
Tudo está aqui.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Momento cinza da memória

Eu não sei que sentimento tem na caneca
mas estou derramando,
estou queimando,
estou apagando essa mistura.

Você;

Eu;

Algumas manhãs
e o café derramado
a mesa feita,
a cadeira vazia.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O outro lado da Janela

No outro lado da janela
jardim de perguntas que sempre baterão no vidro,
posso ignorá-las mas o reflexo sempre irá entrar por entre as festras da persiana.
Impertinente que é a realidade.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A bateria, os prédios e a avenida

Seus corações vibravam intensamente ao som da bateria
No meio dos prédios, no meio da avenida.

Seus corpos gelavam e a chuva molhava a todos que os assistiam.

Essas pessoas eram eu e você;
As pessoas que trabalham todos os dias como eu e você,
As pessoas que sofrem, as pessoas que cansam as pessoas que vivem
A poesia do dia a dia, da miséria e a da alegria;
A vida operária e a vida barata em cada esquina.

Nas ruas as sombras e a corrida para não perder o ônibus
é a cultura, é a luta pela sobrevivência, a luta do capital,
Da coerção e do Estado;
é a contradição humana
bela e destruidora
 é a cultura em mim e em você.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

E as palavras dele completavam o vazio dela.

...
And in your head do you feel
What you're not supposed to feel
And you take what you want
But you won't get hope for free
You need more time
Because your thoughts and words won't last forever more
And I'm not sure if it'll ever, ever, ever work out right
If it'll ever, ever, ever work out right
Will it ever, ever, ever work out right?
...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A garota que sabia

Antes de fechar a porta eu ouvi o seu adeus,

eu nao pergunto nada,
era uma noite fria, o cobertor me aguardava.

Para quê palavras, basta um virar de olhos.
Lá fora a chuva aquieta e embala a cabeça,
por favor é o suficiente.

Bênzinho, apenas quero minha bebida.