terça-feira, 29 de junho de 2010

O reflexo dialético

Eu pude ver meus olhos na janela, quando olhei para fora.
Como reflexo de outra coisa, um eterno Devir, perguntei a mim mesma, quem era aquela presa na janela ?

Quando a essência não se reconhece na existência, isso deveria ocorrer o tempo todo, pois sempre vivemos o que não é mais.
Será que um dia encontraremos o real?

Convivendo todos os dias com um reflexo de outro alguém, que em poucos minutos deixa de existir.
Devir
Devir
Devir...

E se você puder me dizer "Ao infinito e além!", alguém terá de lhe responder, ele já foi.
E tudo se foi.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pessoas dizem...

Há aqueles dizem que é possível ver a morte quando ela desce do céu.
Até onde minha memória vai, não vi nada parecido.
Há aqueles que dizem que se beber da água da fonte se autorealizará;
E outros que dizem que a fonte já secou.

Há aqueles que dizem que tudo acabou, outros que nada acabou e aqueles que mal começaram a viver.
Querer é desejar, um passo para realizar.

Dizem tantas coisas.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Der Geist

"Ich bin der Geist der stets verneint."
(Sou o espírito que sempre nega.)

Disse Mefisto à Fausto. Goethe

Ontem eu conheci algo que eu já sabia, mas soube novamente.
Aquele que sempre nega, é o nada que está em tudo.

Todo mundo tem um amigo Pedro








Velhas cartas amassadas na caixa;
O terno de sempre e o sapato de todo dia.

A cara funebre e desleixada no espelho;
e se queixa do inferno.

Ah meu pobre amigo, acorda! São sete horas!
Veja lá fora, a vida é azul com um toque de loucura.
Desperte seu coração para a realidade, e abra os olhos.

Vou te hospedar na minha gargalhada

Ouvindo a sua voz tempos depois
percebo que posso interpretar a mesma coisa.

Vou te guardar, vou me lembrar, te levar comigo.
Sem conhecer a sua cara.


Nunca encontramos as mesmas pessoas, elas sempre já se tornaram outras.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Como dizem os Beatles "Good day sunshine!"

O sol bate na minha janela, enquanto derruba a caneca do café.
Manhã é sempre uma loucura, não se sabe se é dia ou se está sonhando.
Sentada aqui em frente a tudo, escrevo e relato sobre o que vejo pela minha janela, uma fronteira impenetrável, entre eu e o mundo observável.

Entre uma goleada e outra de café, mais amarga a minha boca fica, e mais doce as minhas palavras se tornam.
Nessas relações tudo é altamente oposto.

Apagando as equações mal feitas, percebo que não são erros, são falhas e que não há nada mais a se fazer se não observar e comparar, por traz da janela com minhas lentes especiais.

Bem que diziam, um bisbilhoteiro profissional!

Manias de profissão são insuspeitáveis. Coisas que ficam só para a gente.








Sem protagonistas

Sempre existe alguém para ser esquecido;
Sempre existe alguém para ser lembrado,
alguém para sentir;
Alguém bem perto, alguém ali do lado.

Um grande albúm de memórias, onde é possível pressionar a tecla del.
Isso é realidade?
Esquecer é possível?
Não sei bem certo até onde vai a minha ilusão, se se mistura com a intuição, ou se é do coração.

Pequenos curtas sem protagonistas. Ouvidos cansados.
Ao menos continuam os dias, um após o outro, cada vez mais sóbria vou estar.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Interpretando

Hoje eu vi o paraíso;
entre uma piscada e outra aprendi o segredo da vida;
Observando aqueles que choravam sozinhos num mesmo lugar.

Transcedental, não havia mais nada lá
o azul imundando as mentes, levava os pensamentos, enquanto que
por um instante a terra parou.




Agora eu sei quem sou.

Aonde você vai eu também vou

Pena que você não saiba,
Que tudo acaba como começou;

Estando só, rodeada de gente,
Eu penso em você, que não compreende o verbo.

Aonde você vai eu também vou, mesmo na ausência.
Lembro dos velhos dias, que estão apagados no irreal do passado.

Estamos ausentes, mas aonde você vai eu também vou.
Somos um mesmo Universo.

E eu não tenho mais o que lhe dizer;