segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Não há nada de estranho com a inquietude



Não há nada de estranho com a inquietude _ Dizia o médico.

Após descer as escadas, a chuva caia torrencialmente. Ao lado uma cafeteria, era possível sentir o aroma quente e aconchegante, e mesmo num dia de calor não há nada que a cafeína não possa melhorar. No cardápio uma seleção de cafés gelados, há para todos os gostos o sabor amargo, com creme gelado, baunilha para disfarçar, torrado para acompanhar, expresso para acordar. Entre molhar os pés ou adocicar a boca a escolha parecia fácil, era melhor recolher o guarda-chuva. Tais paixões humanas são muito comuns, não a toa que a pequena cafeteria estava lotada, não havia mais mesas, mas haviam muitos sentados sozinhos.
O inusitado sempre pode tomar lugar, junto da jovem garota se sentar, dos moços de terno ou das senhoras cheias de sacolas. Não se tratava de uma escolha, apenas da mesa mais próxima, e nesse caso um papo jovial, para não deixar o silêncio indiferente tomar espaço.

 Tornou-se uma tarde muito agradável, cafeterias foram feitas para se conhecer pessoas, calar aquele silêncio individual que já toma a maior parte de nossos dias. 

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